Sem sede própria, atletismo baiano não tem condições de preparar atletas para Rio 2016

Abdias Filho – Educação Física – 7ª série

por Edimário Duplat

7ªSESI de Simões Filho é um dos poucos locais do estado
com pista sintética para o Atletismo. Foto: Reprodução
No início de agosto, o Secretário Nacional de Alto Rendimento, Ricardo Leyser, confirmou que o projeto para uma nova pista de atletismo está em andamento na Bahia. O local deste novo equipamento esportivo utilizará instalações na Universidade Federal da Bahia. Entretanto, como ainda não ocorreu a formalização do convênio, a prática deste esporte no estado não consegue ter uma sede própria e agoniza em meio a locais “emprestados” e pistas fora dos padrões internacionais.

Depois da demolição do Complexo Esportivo da Fonte Nova, Salvador acabou perdendo a sua maior referência no atletismo estadual. Com os constantes atrasos com a construção do prometido Centro Olímpico de Pituaçu, que acabou por se transformar em uma “falta de previsão” para a realização do espaço, as alternativas acabaram se tornando escassas no cenário estadual. “Com a Copa do Mundo, o legado do atletismo se perdeu. Tínhamos uma pista que nos atendia, mas não temos mais. O único lugar onde podemos treinar é no SESI de Simões Filho, que tem uma pista de material sintético. Mas precisávamos de equipamentos públicos” afirmou o presidente da Federação Bahiana de Atletismo, Og Robson, que não acredita em tempo hábil para o desenvolvimento do esporte até os Jogos do Rio 2016. “Sem pistas de atletismo na capital, o nosso legado praticamente não existe. Não podemos preparar um atleta em apenas dois anos para as Olímpiadas” reiterou. Com as dificuldades, apenas dois atletas de pistas como Gabriela Vita e Jeamerson Castro tem boas chances de representar a Bahia na próxima competição mundial.

Além da pista localizada na cidade da região metropolitana, única com medições oficiais da Federação Internacional de Atletismo, apenas dois outros espaços na Bahia comportam pistas para a prática do esporte. Mesmo assim, as estruturas localizadas na Escola de Administração do Exército (Esaex), na Pituba, e no Colégio da Polícia Militar, localizada na avenida Dendezeiros, apresentam mais perigos do que soluções aos praticantes do esporte. Sem um piso sintético, os dois espaços podem provocar lesões aos atletas, e causando danos para campeonatos futuros. Prometida até o final do ano, a reforma do espaço da Vila Militar está dentro das demandas da atual gestão Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), que em entrevista anterior ao Bahia Notícias, disse estar atenta para as demandas, mas salientou que as mesmas precisam ser realizadas uma de cada vez. “Trabalhamos com as federações na execução de cada equipamento esportivo e sabemos de suas especificações, seus pedidos. A entidade tem trabalhado na construção de diversos equipamentos não só na capital, como também no interior do estado e temos a previsão de conclusão de diversos espaços” salientou na ocasião o diretor-geral Elias Dourado.

Em vista das atuais informações sobre a construção do novo espaço e reforma da Vila Militar, a reportagem do BN procurou novas informações da entidade. Segundo nota enviada pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE), os obras na pista do Bonfim têm previsão de ficarem prontas até setembro deste ano.

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